Criar uma cidade é definir regras, mas com o tempo a vida cria as suas, como aconteceu nas superquadras de Brasília: pensadas para ter no máximo seis andares, revelaram no primeiro andar um lugar único, onde a rua e a casa se encontram. Ali, portas abertas recebem vizinhos, aromas de café e sons de músicas e conversas se misturam, e cada detalhe — da bagunça à janela — é convite para interações e histórias. Mais que um espaço físico, o primeiro andar é um ponto de encontro vivo e dinâmico, onde comunidade, criatividade e afeto se entrelaçam, transformando o cotidiano em pequenas aventuras.
Quem faz o Primeiro Andar:
ALICE GODOY LOPES
Alice Godoy Lopes tem sido uma presença ativa no cenário da produção de eventos e do cinema em Brasília desde 2019. Sua atuação se destaca pela concepção de iniciativas inovadoras que renovam a interação do público com a sétima arte.
Nos últimos dois anos, Alice desempenhou um papel fundamental na produção de seis grandes festivais, incluindo duas edições do Festival de Brasília, duas do LoboFest e duas do Festival Internacional de Cinema Fantástico de Brasília. Além disso, contribuiu para a mostra Geraldo Sarno no CCBB e participou da gestão compartilhada do Cine Brasília de 2023 a 2024.
Como idealizadora do Cinema no Olho da Rua, Alice lidera um coletivo que desafia as normas estabelecidas de acesso ao cinema e recria os formatos de exibição na região. Após o fechamento do icônico Cine Brasília, o coletivo organizou sua primeira sessão do lado de fora do cinema, demonstrando determinação em criar uma nova narrativa para a experiência cinematográfica na cidade. O projeto cresceu rapidamente e hoje é uma mostra itinerante de cinema, tornando-se uma plataforma crucial para a exibição de curtas-metragens brasileiros contemporâneos, frequentemente negligenciados pelos circuitos comerciais.
A Feira Filme Queimado, outra iniciativa liderada por Alice, é um espaço dedicado à fotografia analógica e ao cinema de formato físico. Inicialmente sediada no antiquário Bom e Velho Mercado de Antiguidades, a feira rapidamente se estabeleceu como um ponto de encontro para colecionadores, fotógrafos e amantes da arte fotoquímica. Em suas quatro edições, a Filme Queimado ampliou sua oferta, incluindo não apenas materiais fotográficos, mas também uma variedade de itens relacionados ao cinema, como filmadoras e filmes em formatos tradicionais.
A produção independente desses eventos exigiu habilidades de gestão e organização, habilidades que Alice adquiriu ao longo de sua experiência na produção de desfiles de moda em grande escala. Sua formação em Design de Moda proporcionou-lhe uma base sólida, permitindo-lhe adaptar-se facilmente aos desafios da produção de eventos em diferentes contextos.
VINÍCIUS CAMPOS
Vinícius Campos é diretor, produtor e laboratorista. Graduado em Comunicação Social com habilitação em Cinema pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), ele tem uma sólida formação e experiência no campo audiovisual.
Seu trabalho mais conhecido é o curta-metragem “Maria”, uma adaptação do conto homônimo de Conceição Evaristo. Lançado em 2018, o filme recebeu reconhecimento em diversos festivais nacionais e internacionais, incluindo o 36º Festival Internacional de Cinemateca de Uruguai, o 29º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo e a 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes. "Maria" ganhou dois prêmios internacionais, melhor filme estudantil no Festival Internacional de Cine de Bahia Blanca e melhor filme Latino Americano no Festival Internacional de Cine La Picasa, ambos na Argentina.
co-dirigiu o eixo audiovisual da peça teatral “Garotas Mortas”, adaptada do livro de Selva Almada, produzida pela Coletiva Palabreria e contemplada pelo 13° Prêmio Zé Renato da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo.
co-criador da oficina online “Fotografia Analógica de Guerrilha”, que durante a pandemia de COVID-19 alcançou mais de 400 alunos em todo o Brasil.
Em 2024, lançou o curta "Quartas de Final ou Porque Decidi Torcer Contra o Brasil", exibido na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes e no 5º Festival Curta na Serra, recebendo Menção Honrosa pelo Júri do Tercer Tiempo Festival Mundial de Cine de Fútbol y Deportes em 2025.
Sua abordagem no audiovisual é caracterizada pela pesquisa, produção e ensino, reconhecendo a interconexão dessas três etapas para o seu desenvolvimento como artista.